Parece que tem um pessoal por aí que está achando que não existe preconceito ou discriminação no Brasil. Nem miúpes, nem cegos, nem daltônicos. Cegos, mesmo. Ou se fazem?
O preconceito e a discriminação (social) tem várias nuances, camadas nem tão sútis, mas aceitas, nesse nosso país prematuro na democracia, com pouco de entendimento de suas raízes – e erros – e entendiementos acerca do que é equidade e respeito.
A praxe é tentar minimizar, diluir, camuflar dizendo que não passa de uma questão de jeito brasileiro, que a sociedade é assim (status quo), tudo não passa de brincadeira ou pior: vitimismo. Juro para você que já ouvi isso! Tudo é normatizante para quem não viveu isso na alma. Quem não sente, quem não é vítima. Econtra-se nomes, lexicos, teorias e até apelam a uma justificativa divina para justificar.
Sabe como se descobre que existe? Quando você é barrado no uso do elevador de um préido, quando a empregada doméstica não pode comer na mesa e dorme num quartinho mal instalado, quando um filho não pode acessar a educação ou não pode brincar no parquinho junto a outros, quando te olham com indiferença ou lhe discriminam pelo seu jeito de se vestir, de falar ou por ser pobre mesmo. Até mesmo alugar uma casa. Por isso é importante o papel da empatia.
A foto, um retrato, é de maio de 2013, para uma matéria específica sobre o assunto discriminação e locação de imóveis no caderno Vida e Cidadania, do jornal Gazeta do Povo. A Constituição garante que não se pode recusar inquilo por etnia, religião, condição social ou orientação sexual. Mas não era bem o que ocorria com Ana (personagem ouvida numa matéria). Ela percebeu algo “diferente”. Enquanto tudo era pelo telefone, a negociação ocorria bem; mas quando chegava chegava a hora da visita pessoal, aparecia uma “questão de última hora” para desistir.
A advogada especialista ouvida na época disse que os critérios tem de ser objetivos para a locação. Ainda segundo ela, há situações de casas que são negadas para mães solteiras, homossexuais. O que configura crime.
