Ano passado tive a oportunidade de fazer um retrato do procurador da República Deltan Dallagnol. Fiz a lição de casa; isto é: sabia quem era, qual era o teor da entrevista, do tipo de reportagem, e levei todo o equipamento necessário. Também cheguei com boa margem de antecedência na sede da MPF – Procuradoria da República no Paraná.
Dallagnol esteve em evidência como coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba e por outros fatos. Está novamente em pauta após anunciar sua saída da operação.
Fazer um retrato, por vezes, pode ser algo muito complexo e de dar aquele nó no estômago de medo e ansiedade (sim, isso ocorre). Contudo, há vezes que tu achas que vai ser complicado e ocorre justamente o contrário. É um jogo, uma dança, um flerte, até uma luta, se for caso. Porém você faz acontecer.
Por fim, deu tudo certo. A coisa foi mais simples do que eu imaginava. Acompanhei a entrevista que foi feita pelo jornalista Guilherme Amado, da revista Época. Fiz o que a gente chama de “bonecos” – retratos mais fechados e closes, contextualizei a entrevista e, por último, algumas fotos posadas.
Não sei o porquê, mas nos minutos finais surgiu a ideia de fazer uma outra foto. Aquelas coisas que vem de supetão na cabeça, sei lá… Meio sem intenção, mais para ter opção ou por achar que ainda faltava algo – sempre acabo achando que falta algo ou que poderia ter feito melhor. Na ocasião sugeri ao Dallagnol (e ao assessor que o acompanhava) fazer uma última foto, algo “meio que saindo” pela porta. Será que eu estava prevendo e pensando em uma foto para a situação de agora? Não toparam.